quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O que os nazistas copiaram de Marx por Ludwig von Mises


O marxismo afirma que a forma de pensar de uma pessoa é determinada pela classe a que pertence.  Toda classe social tem sua lógica própria.  Logo, o produto do pensamento de um determinado indivíduo não pode ser nada além de um "disfarce ideológico" dos interesses egoístas da classe à qual ele pertence.  A tarefa de uma "sociologia do conhecimento", segundo os marxistas, é desmascarar filosofias e teorias científicas e expor o seu vazio "ideológico".  A economia seria um expediente "burguês" e os economistas são sicofantas do capital.  Somente a sociedade sem classes da utopia socialista substituirá as mentiras "ideológicas" pela verdade.

Este polilogismo, posteriormente, assumiu várias outras formas.  O historicismo afirma que a estrutura lógica da ação e do pensamento humano está sujeita a mudanças no curso da evolução histórica. O polilogismo racial atribui a cada raça uma lógica própria.
O polilogismo, portanto, é a crença de que há uma multiplicidade de irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas estão subdivididas em algumas características grupais.

Os nazistas fizeram amplo uso do polilogismo.  Mas os nazistas não inventaram o polilogismo.  Eles apenas criaram seu próprio estilo de polilogismo.

Até a metade do século XIX, ninguém se atrevia a questionar o fato de que a estrutura lógica da mente era imutável e comum a todos os seres humanos.  Todas as interrelações humanas são baseadas nesta premissa de que há uma estrutura lógica uniforme.  Podemos dialogar uns com os outros apenas porque podemos recorrer a algo em comum a todos nós: a estrutura lógica da razão.

Alguns homens têm a capacidade de pensar de forma mais profunda e refinada do que outros.  Há homens que infelizmente não conseguem compreender um processo de inferência em cadeias lógicas de pensamento dedutivo.  Mas, considerando-se que um homem seja capaz de pensar e trilhar um processo de pensamento discursivo, ele sempre aderirá aos mesmos princípios fundamentais de raciocínio que são utilizados por todos os outros homens.  Há pessoas que não conseguem contar além de três; mas sua contagem, até onde ele consegue ir, não difere da contagem de Gauss ou de Laplace. Nenhum historiador ou viajante jamais nos trouxe nenhuma informação sobre povos para quem A e não-A fossem idênticos, ou sobre povos que não conseguissem perceber a diferença entre afirmação e negação.  Diariamente, é verdade, as pessoas violam os princípios lógicos da razão. Mas qualquer um que se puser a examinar suas deduções de forma competente será capaz de descobrir seus erros.

Uma vez que todos consideram tais fatos inquestionáveis, os homens são capazes de entrar em discussões e argumentações.  Eles conversam entre si, escrevem cartas e livros, tentam provar ou refutar.  A cooperação social e intelectual entre os homens seria impossível se a realidade não fosse essa. Nossas mentes simplesmente não são capazes de imaginar um mundo povoado por homens com estruturas lógicas distintas ente si ou com estruturas lógicas diferentes da nossa.

Mesmo assim, durante o século XIX, este fato inquestionável foi contestado.  Marx e os marxistas, entre eles o "filósofo proletário" Dietzgen, ensinaram que o pensamento é determinado pela classe social do pensador.  O que o pensamento produz não é a verdade, mas apenas "ideologias".  Esta palavra significa, no contexto da filosofia marxista, um disfarce dos interesses egoístas da classe social à qual pertence o pensador.  Por conseguinte, seria inútil discutir qualquer coisa com pessoas de outra classe social.  Não seria necessário refutar ideologias por meio do raciocínio discursivo; ideologias devem apenas ser desmascaradas, denunciando a classe e a origem social de seus autores. Assim, os marxistas não discutem os méritos das teorias científicas; eles simplesmente revelam a origem "burguesa" dos cientistas.

Os marxistas se refugiam no polilogismo porque não conseguem refutar com métodos lógicos as teorias desenvolvidas pela ciência econômica "burguesa"; tampouco conseguem responder às inferências derivadas destas teorias, como as que demonstram a impraticabilidade do socialismo.  Dado que não conseguiram demonstrar racionalmente a validade de suas idéias e nem a invalidade das idéias de seus adversários, eles simplesmente passaram a condenar os métodos lógicos.  O sucesso deste estratagema marxista foi sem precedentes.  Ele tornou-se uma blindagem contra qualquer crítica racional à pseudo-economia e à pseudo-sociologia marxistas. Ele fez com que todas as críticas racionais ao marxismo fossem inócuas.

Foi justamente por causa dos truques do polilogismo que o estatismo conseguiu ganhar força no pensamento moderno.

O polilogismo é tão inerentemente ridículo, que é impossível levá-lo consistentemente às suas últimas consequências lógicas. Nenhum marxista foi corajoso o suficiente para derivar todas as conclusões que seu ponto de vista epistemológico exige.  O princípio do polilogismo levaria à inferência de que os ensinamentos marxistas também não são objetivamente verdadeiros, mas sim apenas afirmações "ideológicas".  Mas isso os marxistas negam.  Eles reivindicam para suas próprias doutrinas o caráter de verdade absoluta.  

Dietzgen ensina que "as idéias da lógica proletária não são idéias partidárias, mas sim o resultado da mais pura e simples lógica".  A lógica proletária não é "ideologia", mas sim lógica absoluta.  Os atuais marxistas, que rotulam seus ensinamentos de sociologia do conhecimento, dão provas de sofrerem desta mesma inconsistência.  Um de seus defensores, o professor Mannheim, procura demonstrar que há certos homens, os "intelectuais não-engajados", que possuem o dom de apreender a verdade sem serem vítimas de erros ideológicos.  Claro, o professor Mannheim está convencido de que ele mesmo é o maior dos "intelectuais não-engajados".  Você simplesmente não pode refutá-lo. Se você discorda dele, você estará apenas provando que não pertence à elite dos "intelectuais não-engajados", e que seus pensamentos são meras tolices ideológicas.
Os nacional-socialistas alemães tiveram de enfrentar o mesmo problema dos marxistas.  Eles também não foram capazes nem de demonstrar a veracidade de suas próprias declarações e nem de refutar as teorias da economia e da praxeologia. Consequentemente, eles foram buscar abrigo no polilogismo, já preparado para eles pelos marxistas.  Sim, eles criaram sua própria marca de polilogismo.  A estrutura lógica da mente, diziam eles, é diferente para cada nação e para cada raça.  Cada raça ou nação possui sua própria lógica e, portanto, sua própria economia, matemática, física etc.  Porém, não menos inconsistente do que o Professor Mannheim, o professor Tirala, seu congênere defensor da epistemologia ariana, declara que a única lógica e ciência verdadeiras, corretas e perenes são as arianas.  Aos olhos dos marxistas, Ricardo, Freud, Bergson e Einstein estão errados porque são burgueses; aos olhos dos nazistas, estão errados porque são judeus.  Um dos maiores objetivos dos nazistas é libertar a alma ariana da poluição das filosofias ocidentais de Descartes, Hume e John Stuart Mill.  Eles estão em busca da ciência alemã arteigen, ou seja, da ciência adequada às características raciais dos alemães.

Como hipótese, podemos supor que as capacidades mentais do homem sejam resultado de suas características corporais.  Sim, não podemos demonstrar a veracidade desta hipótese, mas também não é possível demonstrar a veracidade da hipótese oposta, conforme expressada pela hipótese teológica.  Somos forçados a admitir que não sabemos como os pensamentos surgem dos processos fisiológicos. Temos vagas noções dos danos causados por traumatismos ou por outras lesões infligidas em certos órgãos do copo; sabemos que tais danos podem restringir ou destruir por completo as capacidades e funções mentais dos homens.  Mas isso é tudo.  Seria uma enorme insolência afirmar que as ciências naturais nos fornecem informações a respeito da suposta diversidade da estrutura lógica da mente.  O polilogismo não pode ser derivado da fisiologia ou da anatomia, e nem de nenhuma outra ciência natural.

Nem o polilogismo marxista e nem o nazista conseguiram ir além de declarar que a estrutura lógica da mente é diferente entre as várias classes ou raças.  Eles nunca se atreveram a demonstrar precisamente no quê a lógica do proletariado difere da lógica da burguesia, ou no quê a lógica ariana difere da lógica dos judeus ou dos ingleses.  Rejeitar a teoria das vantagens comparativas de Ricardo ou a teoria da relatividade de Einstein por causa das origens raciais de seus autores é inócuo.  Primeiro, seria necessário desenvolver um sistema de lógica ariana que fosse diferente da lógica não-ariana.  Depois, seria necessário examinar, ponto por ponto, estas duas teorias concorrentes, e mostrar onde, em cada raciocínio, são feitas inferências que são inválidas do ponto de vista da lógica ariana mas corretas do ponto de vista não-ariano.  E, finalmente, seria necessário explicar a que tipo de conclusão a substituição das erradas inferências não-arianas pelas corretas inferências arianas deve chegar.  Mas isso jamais foi e jamais será tentado por ninguém.  Aquele gárrulo defensor do racismo e do polilogismo ariano, o professor Tirala, não diz uma palavra sobre a diferença entre a lógica ariana e a lógica não-ariana. O polilogismo, seja ele marxista ou nazista, jamais entrou em detalhes.

O polilogismo possui um método peculiar de lidar com opiniões divergentes.  Se seus defensores não forem capazes de descobrir as origens e o histórico de um oponente, eles simplesmente taxam-no de traidor.  Tanto marxistas quanto nazistas conhecem apenas duas categorias de adversários.  Os alienados — sejam eles membros de uma classe não-proletária ou de uma raça não-ariana — estão errados porque são alienados.  E os opositores que são de origem proletária ou ariana estão errados porque são traidores.  Assim, eles levianamente descartam o incômodo fato de que há divergências entre os membros daquela que dizem ser sua classe ou sua raça.

Os nazistas gostam de contrastar a economia alemã com as economias judaicas e anglo-saxônicas.  Mas o que chamam de economia alemã não difere em nada de algumas tendências observadas em outras economias.  A economia nacional-socialista foi moldada tendo por base os ensinamentos do genovês Sismondi e dos socialistas franceses e ingleses. Alguns dos mais velhos representantes desta suposta economia alemã apenas importaram idéias estrangeiras para a Alemanha.  Frederick List trouxe as idéias de Alexander Hamilton à Alemanha; Hildebrand e Brentano trouxeram as idéias dos primeiros socialistas ingleses.  A economia alemã arteigen é praticamente igual às tendências contemporâneas observadas em outros países, como, por exemplo, o institucionalismo americano.
Por outro lado, o que os nazistas chamam de economia ocidental — e, portanto, artfremd [estranho à raça] — é em grande medida uma conquista de homens a quem que nem mesmo os nazistas podem negar o termo 'alemão'. Os economistas nazistas gastaram muito tempo pesquisando a árvore genealógica de Carl Menger à procura de antepassados judeus; não conseguiram.  É um despautério querer explicar o conflito que há entre a genuína teoria econômica e o institucionalismo e o empiricismo histórico como se fosse um conflito racial ou nacional.

O polilogismo não é uma filosofia ou uma teoria epistemológica.  É apenas uma postura de fanáticos de mentalidade estreita que não conseguem conceber que haja pessoas mais sensatas ou mais inteligentes que eles próprios.  Tampouco é o polilogismo algo científico.  Trata-se da substituição da razão e da ciência pela superstição.  É a mentalidade característica de uma era caótica.

Artigo extraído do livro Omnipotent Government: The Rise of Total State and Total War, originalmente publicado em 1944.

Ludwig von Mises  foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico.  Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política.  Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico.  Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1518

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A esquerda pode morrer, adverte premiê francês … e na América Latina também! Unidos pela Morte Imediata da Esquerda!

A esquerda pode morrer, adverte premiê francês … e na América Latina também! 


19 de agosto de 2014 - Luis Dufaur



Manuel Valls: o esquerdismo pode morrer abandonado pelo povo
Manuel Valls: o esquerdismo pode morrer abandonado pelo povo
“A esquerda pode morrer” – alertou, consternado, o primeiro-ministro francês Manuel Valls diante do conselho Nacional do Partido Socialista, hoje no poder. 

Desde a Revolução Francesa, quando os deputados mais exaltados se sentavam no lado esquerdo da Assembleia, e os mais conservadores à direita, a constante foi o triunfo das esquerdas, excetuados alguns recuos táticos transitórios.

O premiê tocou o alarme geral diante da perspectiva de uma entrada da extrema-direita no segundo turno das eleições presidenciais de 2017, onde ela disputaria a Presidência com o centro-direita, segundo informou “Le Journal du Dimanche”.  

Mas, segundo ele, o problema é mais profundo, não se tratando apenas de um jogo entre partidos e candidatos. Pois o jogo pode voltar atrás e os candidatos, membros da mesma confraria de políticos, acabam se entendendo entre si para imprimir o mesmo rumo às coisas, uns mais velozmente, outros menos.

Para Valls, é a própria convicção republicana que está se esboroando na cabeça dos franceses, o que deixa os partidos na situação de um pneu girando no vazio.

Segundo ele, se até lá não for feita alguma coisa, a França poderá entrar numa época em que a direita moderada e a esquerda “podem desaparecer”.

Valls foi categórico: “sim, a esquerda pode morrer” e “não existe alternativa para a esquerda”, referindo-se à catástrofe de popularidade e ao fiasco das eleições municipais, e também às eleições europeias, onde a extrema-direita se consagrou como o maior partido da França.
“Nós percebemos bem que chegamos ao fim de alguma coisa, ao fim talvez de um ciclo histórico para nosso partido. A esquerda nunca foi tão débil na história da V Republica” (fundada em 1958).
Manuel Valls
“Temos de nos reinventar. Temos de explorar outros caminhos, sem tabus”. E explicou que pensava abaixar os impostos das famílias, especialmente as da classe média, proposta que soa como uma blasfêmia ou apostasia para o estatizante e confiscatório socialismo. 

Mas na hora em que o barco naufraga, para os políticos vale tudo. “Eu já falei, os impostos estão pesados demais”, disse o premiê socialista. 

E acrescentou outra “heresia” para a esquerda: “nós não poderemos nos engajar nessa via [de redução dos impostos] se não reduzirmos as despesas do governo”, ferindo a prática socialista de mais Estado, mais bolsas, mais impostos, mais dirigismo e … mais descontentamento.

As soluções por ele apresentadas parecem cosméticas, mas desmoralizam as crenças totalitárias dos últimos fiéis socialistas.

Por sua vez, o jornal de Madri “ABC” comentou que o deperecimento das esquerdas não é um fenômeno exclusivamente francês, mas atinge toda Europa. Cfr: “El ocaso de la izquierda democrática”.

As apetências profundas dos europeus rumam para algo totalmente novo que reate com as melhores tradições do país, trazendo frutos duradouros de ordem, segurança e sanidade moral.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Caso Pasadena: bens de Graça Foster podem ser bloqueados pelo TCU - (Deve também alcançar todos os Dirigentes do PT, PMDB e Aliados)

Caso Pasadena: bens de Graça Foster podem ser bloqueados pelo TCU - (Deve também alcançar todos os Dirigentes do PT, PMDB e Aliados)

Clique no link abaixo para maiores informações:
http://corrupcaopetista.blogspot.com.br/2014/08/caso-pasadena-bens-de-graca-foster.html

O sofrimento das mulheres petistas, socialistas e comunistas das FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - (Uns dos maiores grupos de terroristas, traficantes na América Latina e membro do Foro São Paulo)

Ex-guerrilheiras colombianas lutam para recuperar filhos perdidos


A gravidez é proibida nas Farc, mas, quando acontece, a ordem é entregar os filhos para adoção
A gravidez é proibida nas Farc, mas, quando acontece, a ordem é entregar os filhos para adoção
As guerrilheiras das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) não podem engravidar. Mas, quando isto acontece, elas são obrigadas a entregar os filhos para adoção.
Agora, depois que milhares de mulheres abandonaram o grupo, algumas delas tentam desesperadamente reencontrar estas crianças.
Algumas destas mulheres contaram suas histórias para a BBC. Seus nomes foram mudados para proteger suas identidades.
“Do fundo do meu coração, imploro para que vocês se coloquem no meu lugar. Eu não entreguei minha filha. Eles a tiraram de mim”, disse Teresa, que saiu das Farc há cinco anos.
“Eu tinha 16 anos, eles me obrigaram. Como eu iria enfrentar as Farc sozinha para evitar que eles levassem minha filha se nem mesmo um Exército inteiro consegue (derrotá-los)?”.
As Farc mataram a mãe de Teresa quando ela ainda era criança e obrigaram a menina a se juntar ao grupo. Durante seu tempo nas Farc, ela engravidou.
A ex-guerrilheira explica que a gravidez era considerada insubordinação e crime dentro do grupo. E, em muitos casos, as mulheres eram obrigadas a abortar. Mas, para ela, já era tarde demais quando a gravidez foi descoberta.
Semanas depois do parto, os comandantes de Teresa a obrigaram a assinar um documento para entregar a filha a uma família conhecida deles e o bebê foi levado.
Depois de ser desmobilizada, Teresa começou a procurar pela filha e conseguiu encontrá-la. Agora, a ex-guerrilheira enfrenta uma batalha jurídica para conseguir a custódia compartilhada com a família que criou sua filha.
“Eles colocaram muitos obstáculos em meu caminho para me impedir de vê-la”, disse.
Uma autoridade disse a Teresa que ela não tinha o direito à filha, pois “que tipo de exemplo eu poderia ser para ela, com meu pensamento subversivo”. Mas, a ex-guerrilheira afirma que não pretende desistir.
Outros exemplos
Em toda a Colômbia há mulheres na mesma situação de Teresa, especialmente agora que, segundo as autoridades, cada vez mais rebeldes estão abandonando os grupos de esquerda que lutam contra o governo há meio século.
Segundo números do governo, mais de 56 mil pessoas já abandonaram grupos armados ilegais nos últimos 11 anos, entre eles, quase 7 mil mulheres.
Maria, uma mulher delicada e muito feminina, não parece o estereótipo de ex-guerrilheira. Ela foi recrutada pelas Farc aos 13 anos de idade e, quatro anos depois, engravidou.
“A primeira coisa que pensei quando percebi que estava grávida foi que, obviamente, eu teria que fazer um aborto”, disse.
“Pedi a Deus para não deixar isso acontecer. Para ser honesta, eu queria ter (o bebê). Eu senti esta felicidade quando descobri que estava esperando um bebê. Isto me motivou a esconder minha gravidez”.
Maria conseguiu esconder a gravidez até o sétimo mês. Os comandantes reconheceram que um aborto neste estágio seria arriscado demais, deixaram que ela tivesse a criança e ficasse apenas três meses com ela. Até o momento em que ela teve que entregar a filha.
“Aquela memória está sempre em minha mente. O comandante nos disse que tínhamos que entregá-la, que não tínhamos mais tempo, que tínhamos que nos livrar dela de qualquer jeito.”
Maria entregou a criança para seu parceiro para que ela fosse levada para a casa de uma moradora da região. ”Esperei por ele, de longe, não poderia ir até lá. Chorei por quatro dias. Foi muito difícil. Mas ficar com o bebê e desertar não era uma opção”.
Depois de oito anos com as Farc, Maria decidiu escapar. Ela procura pela filha desde então, mas acredita que ela esteja em uma área ainda controlada pelos rebeldes, onde Maria não poderia ir.
“Falei com a mulher que criou minha filha… e pedi a ela para me deixar vê-la, passar algum tempo com ela. Prometi que não iria tentar levá-la. No começo ela disse sim. Mas depois parou de responder meus telefonemas, desapareceu”.
Mortos?
Autoridades colombianas afirmam que já ouviram falar de casos em que as crianças tiradas das mães foram mortas. Mas, mesmo quando isto não aconteceu, a busca pela criança geralmente é complicada pelo longo período de separação.
E as mulheres frequentemente não sabem onde começar a procurar.
O governo colombiano tem interesse em ajudar estas mães e encontrarem os filhos, pois acredita que isto vai estimular mais pessoas a abandonar as guerrilhas. Por isso, as autoridades tentam levantar informações de ex-membros das Farc e de outro grupo rebelde de esquerda, Exército de Libertação Nacional (ELN).
Carmen, uma enfermeira que trabalhou com as Farc por 20 anos, deixou o grupo em 2008 e começou a procurar pelo filho que nasceu 22 anos atrás. Ela finalmente conseguiu encontrá-lo em 2010.
Quando ela engravidou pela primeira vez ainda era permitido ter filhos no grupo. Mas, ficar com o bebê era impossível. ”Você não pode ir a campo com crianças, elas sofrem mais”, disse.
Os comandantes permitiram que ela ficasse com a criança por 40 dias. Depois disso, ela e o parceiro, outro membro das Farc, entregaram o bebê para uma família em um vilarejo da região.
Carmen conseguiu visitar o filho até ele completar três anos. Então, ela foi transferida para outra região e perdeu o contato.
Mas, com a ajuda de um programa do governo para membros desmobilizados das guerrilhas, Carmen transmitiu uma mensagem em uma rádio para a região onde ela acreditava que o filho vivia. A mensagem chegou até ele e o encontro foi combinado.
“Não conseguia acreditar que estava acontecendo, ou que pelo menos ele estava me aceitando. Um dos meus maiores temores era que ele nunca iria me aceitar, que iria me rejeitar.”
Mas o filho não a rejeitou. Carmen contou à BBC que pediu à família que o criou para nunca esconder quem eram os pais e a razão de ele ter sido deixado com a família.
“Nos abraçamos e choramos por um tempo. Depois disso conversamos um pouco a falamos um para outro como estávamos felizes. Ela me disse que estava muito feliz por ter me encontrado e me pediu para perdoá-la”, disse o filho.
“Falei a ela que não havia nada para perdoar, que eu agradecia pelo que eles tinham feito por mim e compreendia a razão do que eles fizeram… não guardo nenhum ressentimento”, acrescentou.
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Fonte: BBC Brasil

Apoio brasileiro ao terrorismo palestino: nem tudo é culpa do PT

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